Charles Bukowski era alcoólico, mulherengo, viciado em jogo, malcriado, parasita, vadio e, nos dias piores, poeta. Seria, provavelmente, a última pessoa no mundo a quem pedir conselhos de vida ou que se esperaria encontrar num livro de autoajuda. É isso que o torna um ponto de partida perfeito. Bukowski queria ser escritor. Porém, durante décadas, o seu trabalho foi rejeitado por praticamente todas as revistas, jornais, boletins, agentes e editores a quem o submeteu. Diziam-lhe que era horrível. Defeituoso. Repugnante. Depravado. E, enquanto a pilha de cartas de rejeição crescia, o peso dos fracassos empurrou-o para uma profunda depressão alimentada a álcool que o acompanharia durante a maior parte da vida. Bukowski trabalhava durante o dia como carteiro. Ganhava um salário de m*rda e gastava quase tudo em copos. Com o que sobrava, apostava nas corridas. À noite bebia sozinho e, por vezes, martelava poesia na sua velha máquina de escrever desconjuntada. Acordava muitas vez